Não me importam casas de cristal, para mundos que se desmoronam já me bastam os meus.
Não quero que me prometam a possibilidade de algo incerto como quem promete pérolas a porcos esfomeados. Não estou assim tão desesperada, obrigada. Não.
Eles têm razão, aqui existe todo um mundo... Sim, preciso deles. Agora. E, no fundo, eles não precisam assim tanto de mim. É igual um mim ou outro qualquer. Mas não faz parte do meu lema viver com uma coleira ao pescoço... mesmo que esta tenha buracos para possivelmente, futuramente, me colocarem medalhas.
Não quero carregar estatuetas ou coleccionar chapas de ouro com pancadinhas desenhadas nas costas. Não sou adepta de camisolas, mesmo que fique muito gira com elas perfeitamente ajustadas ao meu corpo.
Deixem-me respirar! Lá fora existem outros mundos e cá dentro, no fundo, não se vive propriamente num paraíso.
– Tomem. Deixo-vos a chave deste bonito castelo amaldiçoado. Não o quero para mim.